Já conhecia este blog há uns tempos, mas ontem enviaram-me uma ligação rementendo para lá, e resolvi procurar as outras fotos que ele tem com bicicletas. É o Sartorialist português, e a qualidade das imagens não fica atrás do famoso blogger nova-iorquino, embora tenha um estilo diferente (gosto bastante do “high key” subtil que ele tem na maioria das fotos).
Algumas desta fotografias não são em Lisboa, mas como o “alfaiate” é de cá…
Junto ao rio, não há que enganar – ao fim de semana, é dos locais mais escolhidos para se dar um passeio. Aproveitar o que o Tejo nos tem para oferecer, traduz-se numa tarde bem passada. Se levarmos companhia, ainda melhor!
O movimento Cycle Chic ® não é, nem deve ser entendido como algo elitista, mas sim como uma atitude que qualquer um pode fazer: pedalar com roupas normais, descontraidamente e sem complicações.
Vestidos casualmente para as deslocações do dia-a-dia, a bicicleta oferece-nos uma mobilidade elegante e sustentável – para melhor sentir o quotidiano urbano de Lisboa, sem perder estilo.
Mas é mesmo o quê?
Frequentemente, sou confrontado com esta pergunta, ou então, apenas com o preconceito de que, o movimento Cycle Chic é algo presunçoso e elistista. É talvez por culpa do termo “chic”… mas como já escrevi antes, “C’est pas chic, c’est Cycle Chic”.
Cycle Chic, é algo tão simples como gente normal, vestida normalmente, a fazer coisas normais, de bicicleta. Mikael Coleville-Anderson tem uma imagem que diz tudo:
“Someone asked me recently what the point of ‘cycle chic’ photos are. “Are they chosen selectively?” they asked, “Why do you only show attractive people on bikes in their normal clothes?”, “Where are the people in lycra, and helmets, and cycling gear?” My answer was simple.. firstly, have you seen a car advert recently? Do you think that it shows the reality of the situation on our streets? And secondly, if we want to make cycling appealing to the masses the last thing we need is to show cycling as something which needs special clothes, or special kit, just in order to get from A to B.”
“Surely we have all earned the right to wear whatever we like, on or off our bicycles without judgement?
Why is it that some women find it necessary to dismiss frocked up female riders as frivolous and silly because they sometimes like to wear dresses and heels while riding?
I wear whatever I would wear normally and get about very well thank you and yes if some days I wear f*$@ off heels, so what?
(…)
In Sydney, we do cycle chic our way, we’re not Copenhagen after all, but the aim is absolutely the same.
To show how the bicycle can be “an integral, respectable and feasible transport form, free of sports clothes and gear, and how it can play a vital role in increasing the life quality in cities.”
Eu já o tinha dito antes – cada blog Cycle Chic, tem uma abordagem própria da cultura local. E do mesmo modo, Portugal não é nem como a Dinamarca, nem como a Austrália. Somos portugueses! Mas o objectivo final de todos, é promover a utilização da bicicleta como algo natural – sem complicações, sem stress, sem roupas ou equipamentos especiais!
Mas ao dizer isto, muitos depreendem que há aqui um “ódio de estimação” a quem usa lycra ou capacete ou outro equipamento especial para andar de bicicleta. Não há! A opção editorial de não publicar imagens com gente assim equipada prende-se com o blog em si – chama-se Cycle Chic. Se fosse um blog chamado “Downhill Extreme” ou “Cycle Speed Racer”, as opções editorias seriam outras…
Eu uso equipamento especial para andar de bicicleta, quando vou fazer “ciclismo desportivo” (seja de estrada ou fora dela). Quando estou a utilizar a bicicleta como meio de transporte, no dia-a-dia, uso a mesma roupa que utilizaria se fosse a pé ou de automóvel.
Tento também que as fotos tenham alguma qualidade – como já disse, pretende-se aqui promover o uso da bicicleta – e isso não se consegue com imagens “feias”. Infelizmente, as minhas capacidades fotográficas não me permitem ter um trabalho de excelência – há quem o faça muito melhor do que eu! Mas faz-se os possíveis. Do mesmo modo que as contribuições que recebo, embora muitas vezes não tenham uma qualidade excepcional, tento fazer algum tratamento de imagem para as melhorar. Há outras, que simplesmente não preenchem os requisitos, e acabam por ficar de fora – ou a fotografia em si é muito fraquinha, ou a qualidade de imagem não permite melhorias (muitas vezes, fotos de telemóvel). Mas agradeço a todos igualmente – permitam-me é que mantenha o meu direito a escolher o que publico ou não no blog..
Em dias como o de hoje, só dá mesmo é vontade de ir pedalar. O R. foi o meu companheiro, pois o P. estava doente. Metemos a bicicleta dele na Xtra e fomos até Belém – daí em diante, foi cada um na sua!
Com os seus 3 aninhos, depois de pedalar quase 8Km (Torre de Belém – Doca de S.Amaro – Torre de Belém) e de jogar à bola, ainda teve energias para descobrir que sabe fazer uma nova peripécia!
Difícil foi convencê-lo, que tínhamos de regressar a casa!