Há já algum tempo, que venho a pensar nesta ideia, de início inspirada pelo blog inglês ibikelondon. Entretanto o Miguel Barbot, tem vindo a publicar os fantásticos testemunhos a pedal, por parte de utilizadores de bicicleta do Norte, e também lá por cima, o Victor Domingos tem feito uns artigos e entrevistas.
Assim, lanço o desafio para que enviem para cá, os vossos testemunhos Cycle Chic… Qual a utilização que fazem da bicicleta? Quais os percursos? Como começaram? Que conselhos oferecem a quem pensa começar ou a quem ainda está a dar as primeiras pedaladas? O que quiserem…
Podem escolher qual o modelo que preferem: responder às questões que o Mark coloca no ibikelondon, ou seguir uma prosa mais descritiva, como nos testemunhos a pedal do 1PnP ou se tiverem mesmo muito que contar, um texto mais longo como o que vou colocar – o da minha “história”. Por favor juntem uma(s) foto(s) vossa(s), ou apenas da vossa bicicleta… ou outra que ilustre bem o artigo. Enviem para info_at_lisboncyclechic.com
Obrigado!
O meu testemunho Cycle Chic
Aos poucos, pelo que tenho escrito, já muitos têm uma ideia da utilização que faço da bicicleta. Este texto já não é novo – publiquei-o noutras paragens, com menos audiências, mas aqui fica, actualizado e revisto.
Todos nós fazemos opções, mas são frequentes as “desculpas” de quem não sabe deslocar-se de outro modo que não o carro, e são diversas as soluções à nossa disposição, para resolver a questão da mobilidade. Também eu tive durante muitos anos, muitas desculpas. Aqui fica o relato de como mudei a minha vida. Não foi de um dia para o outro…
… mas foi assim:
Há 4 anos, quando procurava um local para instalar o meu atelier, coloquei uma premissa – teria de ser a uma distância de minha casa que me permitisse ir a pé ou de bicicleta para lá. Na altura, a nossa “frota” de veículos lá em casa, era dotada de 1 carrinha familiar, 1 citadino, 1 mota 600cc e 3 bicicletas de BTT (uma delas “convertida” para cidade/estrada – pneus com piso mais liso, transmissão com relações diferentes e suporte simples de carga). Embora andasse desde 1991 de bicicleta na cidade, o seu uso sempre foi relativamente reduzido. Em 1998, quando comecei a dar aulas perto das Olaias, tentava ir uma vez por semana de bicicleta (15Km para cada lado) – algumas semanas ia mais do que uma vez, outras acabava por ir sempre ou de carro ou de mota. Mas a realidade é que fui um “viciado” do automóvel desde 1995, quando adquiri o meu primeiro carro.
Avançando até 2007, apesar do atelier a cerca de 1Km de casa, acabava por fazer uso do carro mais frequentemente do que desejaria – isto porque sendo pai de 2 crianças, muitas vezes calhava-me a mim, a tarefa de os levar ao colégio, que se situa a uma distância tal, que impossibilitava levá-los a pé – quando só tinha que levar 1, por vezes fazia-o na cadeirinha da bicicleta. Ainda assim, costumava deixar o carro parado durante o dia, e fazia inúmeras deslocações na zona, a pé ou a pedal. Mas a minha profissão obriga-me a várias deslocações ao centro de Lisboa, e se por vezes o fazia de bicicleta, outras tantas socorria-me do automóvel ou da mota. Havia também alguns dias, em que precisava de levar mais umas tantas coisas para o atelier ou tinha de ir às compras, e já não cabiam na bicicleta – lá tinha mais uma vez de pegar no carro.
Durante este período, a minha consciência social e ambiental foi-se alterando, e comecei a sentir que ainda assim, estava a fazer menos do que podia. Passei a fazer um uso maior dos transportes colectivos. Da mesma maneira, a minha mulher, passou a deslocar-se para Lisboa sem recorrer ao seu carro. Estas nossas deslocações, ganharam ainda mais versatilidade e rapidez, ao adquirirmos uma bicicleta dobrável, a qual pode ser transportada gratuitamente e sem restrições de horário no autocarro ou no metro (já o fazia com a bicicleta normal nos comboios da CP, onde o mesmo já é possível há alguns anos desta parte). Ao contrário do que muitos pensam, andar de transportes públicos não nos faz perder tempo, mas sim ganhar – mesmo que a viagem não seja mais rápida do que de automóvel (embora às vezes até seja), o tempo passado dentro de um autocarro ou comboio, pode ser aproveitado para ler, por exemplo.
Com a melhoria da forma física, também o nº de deslocações integrais em bicicleta aumentou, pois a facilidade com que faço certos percursos sem ficar “ensopado em suor”, assim o permite.
E começámos a “emagrecer”
Tinha mota desde 1998, e desde que nasceu o meu primeiro filhote, a sua utilização caiu bastante. Com o nascimento do segundo, e a mudança do meu local de trabalho para relativamente perto de casa, praticamente deixou de ser usada (no último ano que a tive, a mesma andou menos de 1000Km). Foi então a primeira coisa a ser decidida – a mota seria vendida. Se algum dia voltar a considerar ter mota, será uma até 125cc ou eléctrica, mais económica, e para que tanto eu como a minha mulher possamos usá-la.
No final de 2009, consegui resolver a questão do transporte das crianças – adquiri uma Xtracycle. Trata-se de uma extensão que se adapta à maioria das bicicletas, e lhes confere uma capacidade de carga enorme, não só de objectos, como de pessoas. Ao contrário de outras bicicletas de carga, ou de um reboque, a condução da bicicleta com esta extensão, não é muito diferente – fica um pouco mais pesada, mas fica também mais confortável, graças à maior distância entre eixos. Desde então, passei a levar os miúdos à escola quase sempre desta forma, e desde que não esteja a chover à hora que saímos de casa, aí vamos nós – se no regresso eu apanhar chuva, já não há problema, pois com uma capa de chuva ou um blusão impermeável, passa-se bem. Quando está a chover mais, lá os vou levar de carro, mas volto a deixar o mesmo na garagem do prédio, e pego na bicicleta antes de ir trabalhar – com a chuva posso eu bem. Assim, transportar objectos volumosos, ir ao supermercado ou mesmo transportar outra bicicleta, deixou de ser um problema – faz-se tudo de bicicleta!
Desde essa altura, e até Junho de 2010, contaram-se pelos dedos das mãos, o nº de vezes em que os 2 carros saíram da garagem em simultâneo. Com tempo quente, tempo frio, chuva, sol – o teste estava feito, e confirmámos o que já antes tínhamos ponderado – iríamos ficar apenas com um carro. Pontualmente, se necessitássemos de mais um carro, recorreríamos ao car sharing da Carris, pois temos um parque perto de nossa casa. (Até à data, isto nunca aconteceu – as poucas situações onde tal seria necessário, foram sempre solucionadas com outras alternativas mais económicas ou versáteis. O facto de o automóvel ter de ser entregue na mesma estação onde é requisitado, torna o serviço muito pouco apetecível)
Como a carrinha já estava velha, e o citadino não dava conta do recado nas restantes deslocações que sobravam (saídas de fim de semana em família, deslocações a casa da família nos arredores de lisboa, férias, etc) optámos por por vender os dois, e comprar uma carrinha quase nova – contas feitas, vendemos os 2 carros e a mota, e quase não foi necessário juntar mais dinheiro para termos um carro (quase) novo. Continuando com as contas, só o facto de passarmos a ter um carro em vez de dois, e tendo em conta que os gastos em combustível e portagens eram já reduzidíssimos, e os carros já não eram novos, esta opção significa uma poupança de cerca de 2.500 a 3.000 Euros/ano em gastos com 1 automóvel (desvalorização, oficina, seguros, etc). Os custos por detrás da utilização do carro, estão muitas vezes escondidos, e para um automóvel novo, e uma utilização maior, facilmente estes valores sobem para cima dos 4.000 ou 5.000 Euros/ano. Agora pensem em quantas horas trabalham por dia, só para “alimentar” a posse do automóvel.
E não foi só na despesa que se cortou por aqui – só em 2010, sem fazer dieta, perdi 6Kg e assim recuperei o peso que tinha aos 18 anos.
Hoje em dia
Os meus percursos de bicicleta continuam variados. Mas quase todos os dias, saio de casa com os dois pequenos, deixo o mais velho no Jardim de Infância que fica a menos de 1Km de casa, e sigo com o mais novo, para o colégio dele que fica a 3kms de distância. Dirijo-me então para o atelier, percorrendo mais uns 4 Kms. Estes percursos são feitos por ruas e estradas de características diversas. Vou almoçar, sempre de bicicleta, fazendo mais 2 ou 3 Kms e ao fim do dia, mais 1Km para regressar a casa. Se tenho de levar os miúdos à natação ou outras actividades aqui nas redondezas, a opção é quase sempre a mesma. Nestas pequenas deslocações, a bicicleta é frequentemente mais rápida do que o automóvel. Só no “giro matinal” é que fica a perder ligeiramente – mas estamos a falar de uma diferença de 5min.
Para além desta rotina, e como referi anteriormente, vou com alguma frequência a Lisboa. A bicicleta é uma constante, variando apenas se faço a viagem inteiramente de bicicleta, ou se combino com os transportes colectivos. Se vou de comboio, posso levar qualquer bicicleta, mas muitas vezes apanho o 748 da Carris, que me deixa no Marquês de Pombal em menos de 15min, levando comigo a Brompton. Já quando tenho de me deslocar para locais onde a cobertura de transportes é mais fraca ou inexistente, e as distâncias mais longas, continuo a recorrer ao automóvel.
Ao fim de semana, sempre que o destino assim o permite, continuo a utilizar a bicicleta. Mas a carrinha faz cada vez menos kilómetros, pois as nossas escolhas passaram também a ter em conta, o impacto das nossas deslocações.
E vocês, estão prontos para mudar a vossa vida? Ou já mudaram?
Fico à espera das vossas contribuições!
Este texto é no mínimo inspirador 🙂 Desconhecia este conceito de Xtracycle e vou informar-me melhor sobre a sua adaptação. Obg!
Bolas….quase que podia fazer um copy/past mas com menos umas linhas! ahahah
Estou na fase do processo de transição…aos poucos sou sincero.
Não tenho ainda o perfil sufciente para deixar um “testemunho” , mas fica o comentário:
Tenho um carro familiar que é usado pela minha mulher, um comercial que é usado por mim e uma mota 1.000cc que quase não sai à rua desde que nasceu o meu filho. Está para vender! Gasta muito e a fase da doidice já lá vai! Em dias complicados não deixa de ser pratica.
Ela é “cliente” assídua do carro para levar o miúdo para a creche ( no nosso caso a deslocação Damaia de baixo- damaia de Cima só era viável com uma Xtracicle electrica, devido à altimetria)e para a deslocação para o trabalho dela Eu já testei e demora 8 minutos em ritmo lento a partir da nossa casa ( cerca de 4km).
No meu caso quero por o carro à venda porque aderi aos transportes publicos (cp).Como moro na linha de Sintra apanho o comboio literalmente à porta de casa , saio em Campolide e troco para apanhar o comboio para Alcantara-Terra, ultimamente tem saído furada essa ligação devido às greves…mas em Campolide apanho o autocarro. a diferença é de 15mn de carro para 30/40 mn de transportes publicos….nada por ai além.
No regresso ando numa de exercicio e faço Alcantara – Rossio a pé! 40mn. Apanho o comboio e depois é a minha vez de ir buscar o puto à creche e em vez de levar o carro…sigo caminho a pé! ahahah Sei dizer que as pernas andam mais soltas! ahaha e as “gramas” a mais estão a começar a ir embora! 🙂
Para ficar igual ao teu post original falta-me :
Fazer mais um filho! ahahahhahah ; Conseguir vender o carro comercial e a mota; arranjar um dobravel para a deslocação de regresso; começar a ir buscar o puto de bicicleta com cadeirinha ,o pratico seria a xtracycle pois faço sempre uma compritas com ele ( frutinha fresca e afins)
Grande abraço e continua a motivar as massas! 🙂
Só agora percebi que é contigo que por vezes me cruzo à chegada a Miraflores. É de valor fazeres aquela “subidinha” no viaduto que passa por cima da A5 com os filhos montados na Xtracycle! 😉
Eu já mudei de vida. Optei por sair de Lisboa – viver e trabalhar numa cidade mais pequena; permite-nos ganhar quase duas horas/dia que seriam gastas em deslocações. Faço todos os percursos a pé casa/escolas/atelier/escolas/compras/casa; faço muitas compras na mercearia do bairro (nem sempre o mais barato justifica o hipermercado :)). Uso o carro nas deslocações de trabalho porque aí sim , nota-se diferença – por cá os transportes públicos “internos”, ou seja entre localidades, só servem para passeio: são caros e não se compadecem com horários de trabalho apertados (por outro lado a bicicleta pelas estradas nacionais com bermas muito escassas assusta-me um pouco, devo confessar).
Muito bem! ler estas suas linhas fizeram-me lembrar a minha mudança pois eu também mudei de vida! E mudei em meados de 2003 quando por imperativos profissionais sai da grande capital, onde residia e trabalhava há mais de 14 anos, para uma pequena ilha no meio do atlântico – Porto Santo – levando uma btt ainda na caixa que tinha comprado em Hamburgo já com esse intuito; a vida da capital, por entre afazeres profissionais, stress, muitas horas dentro do carro e, acho agora, pessoas em demasia, deixara as suas marcas e cheguei à ilha com 114 quilos e a precisar de muito ar puro! Tirei a btt da caixa, montei os componentes e fui dar uma volta pelas paisagens da ilha e… até hoje ainda não parei! Já foram vários jogos de pneus à vida e a maquina levou já inúmeras beneficiações… mas o peso veio para os 100 e o ar puro é do melhor! Já regressei há uns anos da ilhota, mais uma vez por motivos profissionais; “escolhi” então uma cidade bem menor e… claro, continuo a dar forte no btt!! 🙂 bem hajam e força no pedal!!!
[…] Santa Clara, foi o primeiro a responder ao meu apelo. Um executivo, que se desloca frequentemente de bicicleta em Lisboa. Aqui ficam o texto e a […]
[…] aqui está o segundo testemunho – o Pedro Portela conta-nos um pouco da sua experiência. É um utilizador relativamente recente, […]
Vai fazer 2 anos que o meu namorado me ofereceu uma bicicleta dobrável_ uma berg. Achei-a muito gira (n tinha bicicleta desde que aprendi a andar tinha 12 anos, no Porto em casa da minha avó nas férias de Verão), mas só andava nela aos fins de semana e para ir à massa crítica. Em Maio do ano passado (a bicicleta ainda n tinha feito 1 ano) roubaram-me a bicla… fiquei desolada, tristíssima, a sentir-me mal por não a ter aproveitado mais e comecei à procura na net de 1 em segunda mão. O meu namorado não aguentou a minha tristeza (e assustou-se com a foto de uma bicicleta que eu ponderei comprar pela net) e ofereceu-me outra dobrável_ uma coluer (ligeiro upgrade da anterior). Passei a ir todos os dias para o trabalho de bicicleta (18km por dia), até setembro (despedi-me). Apesar de actualmente não andar todos os dias, faço cerca de 40/50km por semana. Às terças e quintas, às 7h30 da manhã vou para o Yoga de bicicleta, subo a Av. da Liberdade, parte da Av. Fontes Pereira de Melo, A R. Tomás Ribeiro, até à GULBENKIAN (chego com a língua quase de fora, mas o regresso dá um gozo brutal). Consegui deixar de fumar e não engordar!
Recentemente tenho sido chateada por familiares e amigos por não usar capacete…
[…] por deixar o seu automóvel de lado, e recorrer ao mesmo só para o estritamente necessário. Tal como cá por casa, acabaram por vender um dos carros, e tornaram-se numa família […]
Eu comecei por passeios de longa distacia, alforges, tenda e siga. Estou agora a iniciar-me nas deslcações citadinas.. aquela ciclovia mesmo à porta de minha cas já me apelava a muito tempo e cá ando eu. 30 min para um lado 30 para o outro. A única coisa que tenho receio, e aflige-me durante o dia é: “E se me roubam a bicicleta?” Tenho um cadeado bom mas não dico descansada nem por nada e a bicicleta custou-me uns 350€ mas com a facilidade que vi roubarem bicicletas mais baratas…
Olá Ana, não queres enviar uma ou outra fotografia, para “compôr” o teu testemunho?
Um dia pensei… Quero mudar, não sei bem o quê e muito menos como, mas quero!
Nesse mesmo dia iniciei uma “angariação” e encontrei a minha bicicleta no quintal da minha Prima, no sítio onde morrem as bicicletas…
Estou ainda tão surpreendida que só agora percebi que não sou única, e que pode ser muito mais divertido se me juntar ao grupo Cycle Chic!
A minha bicicleta não tem mudanças o que faz com que me esforce o dobro e seja obrigada a evitar as sete colinas (tenho um ritmo muito próprio:))… mas nem por isso ela deixou de passar rapidamente a fazer parte da minha vida e Nº1 sempre que tenho de optar!
Quando pensei que uma bicicleta poderia ser a solução para algumas questões na minha vida, pensei também que seria uma questão de tempo (pouco) até encostá-la… mas a grande surpresa, é que não… Já foi à quatro meses e não passamos um dia sem percorrer e descobrir esta Cidade que é ainda mais encantadora aos olhos de quem pedala!
Vivo em Algés e vou quase diariamente para o centro da Cidade (Lx). Faço o percurso junto ao Rio, o que vejo, o que ouço e a liberdade que sinto são indescritíveis.
Sou apaixonada por esta Capital e conheço-a bem, mas agora as vezes que paro para fotografar ou simplesmente observar este ou aquele pormenor em que nunca tinha reparado, são muitas!
As vantagens ao longo destes meses têm sido imensas, diria que só vejo vantagens! A minha consciência Ambiental, que sempre existiu, é agora levada muito mais a sério com decisões práticas como optar por transportes em substituição do carro!
Esta aquisição coincidiu também com a minha saída do Gym… Gym never again… as mudanças são óbvias e os glúteos agradecem!
Nunca pensei que uma bicicleta já herdada muitas vezes antes de mim, vinda de outro país e que tudo apontava para que não fizesse nem mais um Km de viagem, me pudesse fazer tão feliz!
Vou ficar atenta e juntar-me já no próximo passeio ou iniciativa que organizarem!
Até já!
[…] mais um testemunho inpirador que me chegou aqui à caixa de comentários. A Cláudia é quase minha vizinha, mas acho […]
[…] nos brindar com fotografias lindíssimas no seu blog, que eu não conhecia. Escreveu por lá o seu testemunho, mas fez-me chegar o mesmo por e-mail. Estou fã: Primeiro tive uma bicicleta pequenina, branca, […]
[…] deste testemunho, a Ana juntou ainda 3 belas fotografias. Fantásticas […]
[…] o décimo testemunho, chega-nos com sons de piano. O Tiago Sousa é músico, e antes de vos deixar aqui o texto dele, […]
Boa tarde,
Desculpem estar a maçar, conhecem na zona de Entrecampos, um lugar seguro para guardar a Bicicleta?
Estou a perguntar, pois já roubaram 2, em frente a ZON.
Obrigado pela atenção,
António Ornelas
Depois de ler os vossos comentários, eu fui mais banal. Não andava de bicicleta à mais de 40 anos. Mas com as greves e os aumentos de preços dos passes achei que era a minha vez de fazer greve. Comprei uma bicicleta das
baratinhas. Comecei a leva-la no carro de Benfica a Telheiras, onde costumava entrar no metro, e a partir dai seguia até à Av. de Roma na bike.
Comecei a ganhar resistência, 20 dias depois passei a pedalar a partir da
Alameda Roentgen. E cerca de 1 mês depois passei a sair de casa e a fazer o trajecto todo. Demoro o sensivelmente o mesmo tempo e emagreci 2 quilos.
Ainda há subidas em que desisto a meio, mas é mesmo por preguiça. E tenho a sorte de me deixarem prender a bike na entrada do escritório!!
Olá,
Chamo-me Luís Sanchez e ando de bicicleta quase todos os dias!
(Boa maneira de começar o meu testemunho, não?)
Desde os meus 15 anos, quando o meu avô me ofereceu uma pequena moto, que deixei de andar de bicicleta (uma Tip-Top). Há cerca de 7 anos comprei uma BTT, talvez por influência de alguns amigos e fui algumas vezes para o Monsanto e para a Serra de Sintra. Depois fartei-me de andar com todo o equipamento de segurança que passou a ser mais uma obrigação do que um prazer.
A BTT ficou encostada na arrecadação até há uns meses.
Um dia fui à Decathlon e fiquei encantado com uma daquelas bicicletas dobráveis que vi por lá! Comprei uma das mais baratas, levei-a para o trabalho e arrumei-a debaixo da secretária. O objectivo era deixar o carro parado durante a hora de almoço e ir almoçar de bicicleta. Os colegas alertavam-me para o facto de andar sem capacete e sem qualquer equipamento, mas eu respondia sempre da seguinte forma: Quando eras miudo, quantas vezes andaste de bicicleta com a roupa que tinhas vestida? Era pegar na bicicleta e andar, não era? Pois é exactamente isso que eu faço: às 13h00 tiro a bicicleta de baixo da secretária e aí vou eu da Cruz-Quebrada até Algés ou até Belém!
Mais, limpei a poeira à BTT e “converti-a” numa bicicleta de passeio. Ofereci uma bicicleta à namorada e de há uns meses até agora, boa parte dos nossos fins-de-semana são passados a pedalar nas ciclovias do Guincho, Belém – Cais do Sodré e já apanhámos o barco para a Trafaria para ir até à Caparica.
Entratanto descobri o Cycle Chic e qual não foi o meu espanto quando percebi que, sem saber, já fazia parte dele!
Tenho pena de não poder fazer casa-trabalho de bicicleta, mas de Sintra para Algés o percurso não é muito propício…
Já me inscrevi para próximo evento para 19 de Maio!
Obrigado Miguel por trazeres o CYCLE CHIC para Lisboa!
Forte abraço
Luís Sanchez
Bom dia Miguel,
Dizes que podemos fazer perguntas ou pedir esclarecimentos para este e-mail e eu sou das que pergunto.
Gostava de saber se a nota que está na FPCUB sobre a Resolução da Assembleia da Republica no. 14/2012 é vinculativa?
Já está a vigorar?
Pergunto porque utilizo maioritariamente ciclovias, que cruzem as estradas normalmente ao lado das passadeiras.
Não sei se conheces a ciclovia da Av. do Colégio Militar (onde por acaso esqueceram de rebaixar os passeios),
vindo do Largo da Luz e ao atravessarmos para o quarteirão do Colombo existem três ruas. As 2 primeiras tem
semáforos para peões, mas a 3ª tem passadeira e para os automobilistas tem o semáforo amarelo intermitente de
peão.
Aqui para termos prioridade temos que desmontar da bicicleta? ou podemos aproveitar o sinal do peão e atravessar?
Tenho mais questões práticas como esta, já perguntei à Policia Municipal e eles não me sabem responder…..
Dizem que ainda é tudo muito recente, ainda não está nada organizado.
Mas posso dizer que desde Fevereiro até agora tenho notado da parte dos automobilistas mais compreensão e
boa vontade. Os autocarros tem sido impecáveis, até porque utilizo por vezes as faixas de bus e eles facilitam.
Só os táxis, mas esses …..
Dia 19 de maio vou trabalhar, mas se vocês passarem pelo Marques de Pombal perto das 15,30/15,40 e virem
uma bicicleta cor-de-rosa (sou uma menina!!!) a acenar-vos, sou eu.
Obrigada
Teresa
P.s. – info_at_lisboncyclechic.com está errado (onde está @ ??)
Olá Teresa, olá Luís
o _at_ é para ser substituído pela @… faço isto para evitar o SPAM na minha caixa de correio.
Quanto à resolução da Assembleia da República, não tem de facto caracter vinculativo. Mas pelo que tenho sabido, em breve iremos ter notícias sobre a alteração ao C.E. Espero que sejam boas.
No caso da ciclovia junto à quinta da Luz, não há necessidade de desmontar da bicicleta – nos casos em que a ciclovia é interrompida por uma estrada, mesmo quando apenas há marcação de passadeira de peões, depreende-se que é também uma passagem de velocípedes. Há realmente algum vazio, não só na legislação, como na execução dessas mesmas ciclovias.
Termino pedindo que me enviem uma fotografia vossa, para que a mesma possa ilustrar o vosso testemunho. Obrigado!
[…] Lúcia contactou-me há uns tempos, enviando-me um testemunho muito diferente do usual. Como não tinha fotos, combinámos e eu encontrei-me com ela para que o […]
[…] Coimbra, entre muitos outros. Continuo sempre receptivo às vossas contribuições e aos vossos testemunhos Cycle Chic. No Facebook, já passámos a marca dos 3.000 Likes, com uma paridade de género que me deixa […]
Olá! Estive a ler os vossos comentários e gostei, pois também sou fã do Cycle Chic e de todos os que são “Cycle e Chic’s”. Neste momento estou temporáriamente em Itália e digo-vos, isto aqui é um espectáculo para quem gosta de andar de bike, a minha ficou em Portugal, por isso restaurei logo uma, agora é todos os dias (menos os de chuva)a pedalar. Aqui as pessoas fazem tudo de bike, vão ao supermercado etc, e amaram-nas ás centenas de postos para bicicletas, se vão ao mercado de rua tanto circulam montadas ou a pé com a bike ao lado, vão passeando, parando e comprando, é só meter no cesto que é quase “obrigatório”. Nas estradas os automobilistas estão todos habituados, pois também eles andam ou já andaram muito de bike, por isso respeitam os ciclistas. Nas ruas ou restantes vias, as bikes fazem todos os circuitos que os peões fazem, ou seja, faz de conta que a pessoa vai a pé, passa nos passeios (são todos rebaixados), passa sentidos proibidos e anda nos espaços públicos afectos aos peões existentes nas grandes cidades e interditos aos automóveis. Ou seja, as bicicletas estão habituadas ás pessoas e as pessoas ás bicicletas. Isto embora pareça estranho e uma espécie de rebeldia mas não, para quem “cá” vier vai ver que até é o contrário, é tudo uma questão de simplicidade, de simpatia e uma questão prática, onde tudo e todos fazem a sua vida e sabem co-existir. Aqui circulam todos, feios, bonitos, gordos, magros, com bicicletas novas ou a cair aos bocados, com os farois partidos a apontar para cima, de fato e gravata com o pc no cesto, de saltos altos ou havaianas, desde os mais novos com os pais até os mais velhotes, pois são inumeras as senhoras com os seus70-80 anos a circularem nas bicicletas com os cestinhos “pienos” de compras, ou com os netinhos nas cadeirinhas, por passeios,trânsito e “cosi via”. Isto sim falta em Portugal, mas em breve as coisas vão mudar, não é uma questão de copiar os outros, os outros é que estão uns anitos mais à frente, pelo menos nestes habitos. Não é uma questão de passar o semáforo a pé ou montado, mas sim respeitar a sinalização, também não se “voa” pelos passeios mesmo que se vá atrasado, o que conta é o bom senso e cada um deve de fazer a sua parte.
Daqui a uns anos somos nós os velhotes, e podemos dizer que mudámos a sociedade!? “Non c’e niente da fare!”
Obrigado Vitor, por esse relato de terras italianas. É tão bom conhecer realidades distintas das nossas. Um abraço.
Concordo com tudo, mas parece-me que temos que pôr todas as cartas em cima da mesa. Pelas minhas contas de sua casa tem todos os destinos a menos de 5km. Quantos portugueses, e quantas pessoas em cidade têm este luxo? Quase que dá para fazer os percursos a pé, 1km? É muito raro… Alguém faz percursos consideráveis? (10km) que alternativas têm? Combinam com transportes públicos, é permitido em horas de ponta? Gostava de ter mais opiniões…
Como eu refiro, estou num local a mais de 5Km do centro da cidade (quase 10Km). Combino bastante as deslocações com os transportes públicos, que hoje em dia já permitem quase todos (nas zonas de Lisboa e Porto) o transporte de bicicleta. Eu como tenho uma bicicleta dobrável, posso mesmo ir em todos, sem quaisquer restrições. Mas ainda assim, há uma componente que muitos esquecem – por vezes podemos mudar coisas na nossa vida para que ela seja mais sustentável e/ou mais saudável. Podem ser pequenas coisas como fazer parte do percurso a pé ou de bicicleta, ou coisas maiores como mudança do local de trabalho ou mesmo mudança de casa. Há muita gente a fazer mal as contas, e muitas vezes não têm noção de quanto custa a sua mobilidade automóvel – o projecto http://www.autocustos.com ajuda a perceber que algumas famílias que vivem nos arredores de Lisboa, com dois carros, poderiam trocar de casa, passar a ter apenas um carro (ou mesmo nenhum), e viver num local mais perto do centro.
Por cá mudámos muita coisa… e continuamos com vontade de mudar mais.
O importante é sair da zona de conforto e descobrir que há mais soluções do que problemas… O maior problema é muitas vezes não querer sair dessa zona de conforto.
[…] não é um testemunho Cycle Chic… é apenas um breve testemunho que o João deixou na lista da Massa Crítica de […]