Já passou mais de uma semana desde que estive em Sevilha, para o 8ºCongresso Ibérico “A Bicicleta e a Cidade”. Foi um Fim-de-Semana bastante proveitoso. Para além do congresso em si, com inúmeras palestras e apresentações de grande qualidade, foi para mim uma oportunidade de partilhar experiências, e acima de tudo, perceber o que se está a passar em Espanha. É clara a aposta das autoridades e demais decisores na promoção da bicicleta como meio de transporte. Já mais gente relatou o que por lá se viu (aqui e aqui, pelo menos), tanto as participações nacionais, como as espanholas e as de alguns convidados de fora.
José Manuel Caetano da FPCUB e Bernhard Ensink, da ECF
Pedro Roque e Nuno Xavier (FPCUB)
2011 será o ano de Sevilha receber o evento Velo-City, e durante todo o congresso, muito se falou no assunto. A escolha ter recaído em Sevilha não é de estranhar – em pouco tempo, a cidade sofreu uma revolução espantosa. A última vez que estive lá, tinha sido em 2005, e foi com grande satisfação que descobri uma cidade bastante melhor – não só para as bicicletas, mas melhor como espaço urbano. Tal como John Whitelegg afirmou durante a Velo-City 2010 em Copenhaga, não se trata apenas de criar infra-estruturas para as bicicletas, mas planear cidades melhores para as pessoas viverem. Muitos espaços pedonais, cheios de pessoas – continuo sem perceber a lógica da batata que tanta gente defende, pregando que os centros históricos morrem quando se restringe o tráfego automóvel. Como o alcaide de Sevilha tão sarcásticamente disse, “Vão lá ver a desgraça, a miséria, a desolação que ficou o nosso centro, agora que retirámos de lá os carros”.
Apesar do mau tempo que se fez sentir no fim de semana, as ruas tinham bastante gente
Nao posso deixar de falar da apresentação de Gil Peñalosa (Fundação “8-80 Cities”) – foi consensual que este foi o ponto alto do Congresso. Um momento inspirador, com Peñalosa a falar e a mostrar o que tem sido feito pelo mundo fora, desde Bogotá a Nova Iorque, passando pela Dinamarca, etc. Vejam a apresentação, que vale mesmo a pena – mais uma vez, trata-se de fazer cidades para as pessoas, onde claro, as bicicletas representam um papel importante.
Conferencia de Guillermo Peñalosa sobre “La Bicicleta y la Ciudad” from Chema Lahidalga on Vimeo.
Para além de tudo o que apresentou, como alguém que sabe do que fala, ele tem noção da importância do movimento Cycle Chic:
Por fim, do ponto de vista pessoal e da apresentação que levei, foi bastante gratificante receber vários elogios de quem assistiu à minha comunicação no grupo de trabalho. Considero uma questão pertinente, promover a bicicleta para as massas, com um diálogo positivo, sem medos, apelando às emoções e dirigido para o público alvo que ainda não está convencido – e o movimento Cycle Chic vai ao encontro destas ideias. A boa receptividade que tive em Sevilha (tal como tenho tido aqui em Portugal, no que diz respeito ao Blog), são um incentivo a continuar a promover a bicicleta deste modo.
O próximo Congresso Ibérico, será em 2012, e terá lugar no Município da Murtosa, caso de sucesso no nosso país, no que à mobilidade em bicicleta diz respeito. O presidente da Câmara Municipal do concelho (juntamente com mais dois técnicos do município), esteve também em Sevilha não só a anunciar o evento, mas também a divulgar o projecto Murtosa Ciclável.
Estava cá a pensar: então o “tipo” (Miguel Barroso) nunca mais diz nada sobre Sevilha? Valeu a pena a espera – está óptima a “reportagem”!
Tive uma semana bem atarefada, pelo que só hoje consegui colocar aqui este relato… mas ainda faltam mais duas “postas” sobre o assunto. Amanhã há mais!
Muito bom. Deve ter sido espectacular participar no congresso e sobretudo sentir a mundaça acontecer. Temos é que tratar das nossas cidades.
Parabéns!
[…] estivemos em Sevilha, durante os intervalos do Congresso, aproveitámos para passear. Com as excelentes condições oferecidas pela cidade, mostrámos que […]
[…] Guillermo Peñalosa – já tinha tido o prazer de ouvir a sua fantástica apresentação no 8º Congresso Ibérico, e recomendo vivamente a quem ainda não o fez, que um dia destes tire uma horita para o fazer. […]