Embaixadas da bicicleta

A Embaixada Dinamarquesa da Bicicleta já existe há algum tempo, e está cheia de informação preciosa sobre bicicletas, ciclovias, políticas de promoção, etc.

Embora a Holanda há já muito tempo que tem uma organização chamada Fietsberaad, com muita informação sobre todas as políticas de implementação da bicicleta, e demais assuntos relacionados, entendeu agora fazer a mudança a nível internacional para a Dutch Cycling Embassy.

Para comemorar e divulgar esta embaixada, criou um pequeno video, que em apenas 5 minutos, explica a história recente da bicicleta na Holanda

Cycling For Everyone from Dutch Cycling Embassy on Vimeo.

Não é de estranhar que a grande maioria das pessoas que aparecem neste video, são o reflexo de uma cultura Cycle Chic (ou seja, gente normal, com roupas normais, a andar de bicicleta). Esperemos que esta Embaixada consiga fazer um bom trabalho pelo mundo fora.

Mais surpreendente, foi descobrir que publicaram uma brochura em Inglês, Espanhol e… Português – podem fazer o download aqui!

PS. Há também a recém criada Cycling Embassy of Great Britain, mas é uma coisa um pouco diferente – um dia destes falo sobre ela.

EDIT. A propósito deste assunto, Carlton Reid adaptou a letra da música de um famoso anúncio de refrigerantes dos anos 70, para uma versão fantástica! (isto entra na cabeça com uma facilidade, que já me estou a ver a pedalar e a cantar “I’d like to teach the world to cycle in perfect harmony…”)

Testemunhos Cycle Chic (VI)

No outro dia, após ver uma fotografia sua a andar de bicicleta, lancei o desafio à Carla Castelo para me enviar um testemunho da sua utilização da bicicleta. A resposta ao desafio não podia ter sido melhor – aqui fica o texto com que ela nos brindou:

De bicicleta é uma festa
Testemunho de uma utilizadora não diária

Uma das mais perfeitas sensações de liberdade é andar de bicicleta. O vento a bater na cara. Tudo o que nos rodeia muito presente. Os sons à volta bem audíveis. A bicicleta é uma espécie de máquina do tempo que me faz sentir sempre criança. É como voltar a pedalar a órbita da minha infância… Hoje, para mim, a bicicleta continua a ser sobretudo lazer. Companheira de campo, estradas de terra batida, de ciclovias país fora e pistas onde antes passavam comboios.

Pois. A bicicleta (ainda) não é o meu transporte diário. O percurso Caxias – Carnaxide (concelho de Oeiras), os horários de trabalho e mais uma série de pequenos-grandes entraves (onde incluo o medo de fazer alguns percursos devido à intesidade de tráfego) pesam na balança para o lado do carro.

Mas nas folgas, há dias em que dou umas voltas em meio urbano e globalmente a experiência tem sido positiva.

Este ano, pela primeira vez, fui votar de bicicleta. O convite surgiu no Facebook e pareceu-me excelente ideia. Levantei-me cedo. Gosto muito de ir votar e de fazê-lo logo de manhã. O percurso é sobretudo urbano, curto (cerca de 6 km ida e volta) e sem grande dificuldade na ida. Mas no regresso há uma subidita mais difícil. Ia na estrada calmamente, esforçando-me por manter a velocidade, quando passa um taxista em sentido contrário e atira “G’anda mulher!” Não estava à espera do piropo, sorri e agradeci-lhe. Assim é mais fácil, quando os outros utilizadores da estrada não apitam nem fazem rasantes, mas até incentivam e nos olham com simpatia.

Há 15 dias, fui até Monsanto desde o Parque Eduardo VII, e depois pedalei do Parque até ao Jardim do Arco do Cego e finalmente até à zona do Hospital Curry Cabral. São percursos curtos, muito acessíveis a qualquer pessoa. Não contei os quilómetros mas é possível fazer quase todo o trajecto em ciclovia. Porque Lisboa tem hoje dezenas de quilómetros de vias dedicadas à bicicleta.

Também já tenho ido ao Cais do Sodré desde Belém, e à Costa da Caparica. É pedalar desde o bairro onde vivo até à estação de Caxias, depois pôr a bicicleta no comboio (articulação que, por ter uma bicicleta convencional, nem sempre é fácil), sair em Belém e apanhar o barco para a Trafaria. Chegada à margem sul há uma ciclovia até à Costa. Um percurso de poucos quilómetros quase sempre plano. Fácil e agradável. Sem filas de trânsito, sem confusões. Decididamente a melhor forma de ir à praia na Caparica.

Outro dos percursos já experimentados é o de minha casa até ao Estádio Nacional, onde é possível fazer exercício ou simplesmente passear. Mas este é um dos exemplos do tanto que falta fazer no país para melhorar as condições de segurança para quem usa a bicicleta. A Estrada Marginal não é propriamente uma via onde nos sintamos seguros e a via para peões e bicicletas só começa depois da curva do Mónaco, já quase na Cruz Quebrada.

Um dos principais parques desportivos do país deveria ter vários acessos privilegiados para bicicletas (tanto desde o concelho de Oeiras, como desde Lisboa) e não ser um local onde quase só se chega de carro.

A minha próxima compra há-de ser uma bicicleta dobrável para ser mais fácil a articulação com os transportes públicos ou mesmo com o automóvel. Para pedalar cada vez mais.

Obrigado Carla, pela fotografia e pelo texto inspirador…

É uma escola Portuguesa, concerteza

Ontem estive na Escola Secundária Vergílio Ferreira, onde fui falar sobre bicicletas. Quando lá cheguei e vi isto, fiquei alegremente surpreendido, mas não queria acreditar! Ainda pensei que fosse por ser Dia Mundial Sem Carros, mas não – foi-me garantido que é assim todos os dias.

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O local para estacionar é excelente, vigiado e dentro do recinto da escola. Os lugares é que começam a ser poucos para tanta bicicleta.
Esta escola fica em Carnide, mesmo junto a Telheiras, com a ciclovia a passar à porta.

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