Bem Vindos!
O Cycle Chic chegou a Lisboa, e está on-line.
Inspirado no famoso blog “Copenhagen Cycle Chic – The Famous and Original, by Mikael Colville-Andersen“.*
Mas o que é o Cycle Chic?
Já muitos conhecem, outros apenas ouviram falar. Para quem não conhece, trata-se de uma atitude natural perante o uso da bicicleta como meio de transporte. Não estou a falar de quem anda a treinar para dar a volta a Portugal, ou dos “weekend warriors” que invadem os trilhos com as suas máquinas de BTT. Estamos a falar de qualquer pessoa, que resolve utilizar a bicicleta como meio de transporte, para ir de um ponto A a um ponto B, de uma maneira rápida e sustentável. É a cultura de andar de bicicleta com roupa da moda e com estilo – e para isso, basta abrir o roupeiro e escolher a roupa que já lá tem!
Roupas para andar de bicicleta? Comprem uns guarda lamas e uma protecção para a corrente, e vistam-se como se fossem de carro ou de outra forma qualquer.
Iremos seguir as mesmas linhas guia que resultaram neste movimento tão notório. Lisboa é no entanto muito diferente de Copenhaga, e essas diferenças irão ser óbvias no conteúdos.
Esperamos estar à altura deste desafio.
Fiquem por aí, que eu já volto!
* Mikael Colville-Andersen é um Fotógrafo/Cineasta/Activista que tem feito um trabalho notável de promoção da bicicleta como meio de transporte sustentável. Para além do Cycle Chic, ele tem outro Blog, o Copenhagenize, mais focado nas questões do Activismo Ciclístico. Criou também o blog Slow Bike Movement, que exalta uma condução calma e relaxada da bicicleta – sem pressas, sem stresses. A combinação destas ideias com o Cycle Chic, resulta na frase “Style over Speed”, que traduzi para Lisboa “Com Estilo e sem Stress” – um conceito que faz mais pela segurança em bicicleta, do que qualquer campanha alarmista e aterradora.
Pois muito bem vindo seja!
O conceito chic associado à bicicleta é muito antigo, basta pensarmos nas tweedrun londrinas. E há algo mais chic que o scottich tweed?
O Mikael -o dinamarquês, não o Carreira- teve um elevado sentido de oportunidade ao lançar o blog e dessa maneira, chamar à sua cidade a meca do estilo urbano em bicicleta.
Pelos padrões do sítio original até o Mikael -o Carreira, montado numa bicicleta seria um tipo com muito estilo…
Mas a verdade é que a muito bem montada operação de markting, baseia-se essencialmente numa colecção de fotografias, algumas muito bem conseguidas, de simpáticas e belas moças a pedalarem descontraidamente as suas bicicletas.
Pelo meio, o rapaz do estilo, tem-se revelado um bom vendedor de bicicletas, marcas de roupa e outros acessórios de “estilo”.
Desejo a este blog uma vida longa, mas longe do sectarismo dinamarquês, pois acredito que para além do style over speed, deverá ser bicycle over all!
Boas fotos!
viva!
força, já agora arranja maneira de colaborarmos contigo, ando por aí de bicicleta e quase sempre com a máquina fotográfica na mala…
Pedro, como está escrito na barra lateral, podes enviar as tuas fotos (ou link para elas) para foto_at_lisboncyclechic.com.
Gladiatore, obrigado pelas boas vindas. Só agora respondo pois o seu comentário requer um pouco mais de tempo.
Discordo profundamente da opinião que tem sobre o Mikael Colville-Andersen. O trabalho dele tem sido notório, com resultados por todo o mundo. Certamente conhece o http://www.copenhagenize.com onde ele escreve muito sobre o que faz em prol da bicicleta.
Nós, as gentes das “sub-culturas” ciclísticas tendemos a falar para dentro, ou seja, um discurso com linguagem, conceitos e ideias que são populares entre quem já anda de bicicleta. Mas para quem está por fora, para quem a bicicleta não lhe diz muito, a mensagem raramente chega lá. O movimento Cycle Chic conseguiu retirar a bicicleta da “marginalidade” sub-cultural. No caso do nosso país (como em outros), temos ainda um outro preconceito – para a maior parte das pessoas, quem anda de bicicleta é um atleta, e não conseguem conceber uma outra utilização da bicicleta que não seja o desporto.
Sempre falei com muita gente, fora destes círculos, sobre a bicicleta como meio de transporte, das vantagens, etc. Em geral, as pessoas concordam (ou dizem concordar) mas raramente dizem que se viam a fazer o mesmo que eu. No entanto, assim que mostro o Copenhagen Cycle Chic, a atenção, o desejo de passar a utilizar a bicicleta no dia a dia, passa a ser substancialmente maior. É sim uma campanha de marketing – mas marketing para vender a ideia das bicicleta às massas.
Como escrevi, Copenhaga é muito diferente de Lisboa. Este blog será diferente. Mas o meu objectivo, é conseguir continuar a suscitar esse desejo nas pessoas, e mostrar que para andar de bicicleta no dia a dia, não é preciso ser “ciclista”, basta querer. E se o pudermos fazer com naturalidade e algum estilo, melhor ainda.
Parabéns pela iniciativa.
[…] CHIC? OU WHO CARES! Este post vem com resposta a uma resposta a um comentário deixado por este vosso amigo no recém nacionalizado cicle chic. Por ser demasiado longo, preferi […]
Miguel,
Porque o comentário que escrevi à sua resposta ter ficado demasiado grande, fiz dele um post no http://sicbybikeday.wordpress.com .
Espero que compreenda, que publique esta mensagem e que lá o vá ler.
Abraços e boas pedaladas!
Olá Gladiatore,
Embora eu veja com melhores olhos o que o Mikael tem feito mundo fora, não posso deixar de concordar com muitos dos pontos que indica.
Eu próprio, nas mensagens que troquei com ele a propósito da criação deste blog, manifestei a minha discordância com alguns pontos do CC Manifesto.
Volto a referir, que Lisboa é muito diferente de Copenhaga – e eu sou muito diferente do Mikael. Obviamente o resultado será diferente. Para mim, a ideia de Cycle Chic é diferente da conotação que a palavra “chique” tem no nosso país. E basta ler o que tenho escrito aqui na sidebar: “Vestidos casualmente para as deslocações do dia-a-dia, a bicicleta oferece-nos uma mobilidade elegante e sustentável – para melhor sentir o quotidiano urbano de Lisboa, sem perder estilo.”
Não sou contra a Volta, ou contra o BTT (do qual aliás, sou praticante). Mas este blog (assim como o original) não são sobre isso. A mensagem que quero passar, é de que não é preciso “equipamento desportivo” para andar de bicicleta – a roupa que usamos no dia-a-dia, serve perfeitamente. Achei engraçado um comentário a uma notícia que li ontem, onde uma senhora escreveu “é mais fácil pedalar de saltos altos, do que andar com eles”. No entanto, todos os dias, milhões de pessoas andam a pé de saltos altos – porquê tanta estranheza quando alguém pedala assim?
Mas se por um lado as modalidades desportivas promovem a bicicleta per si, por outro, se apenas existe isso (ou maioritariamente isso), acabam por criar uma cultura que a considera um “briquedo”, algo apenas para o lazer e desporto, e não algo utilitário. Esse post que ele fez sobre a “Vuelta”, não o interpretei como algo contra a mesma, mas sim como uma afirmação de que a bicicleta é muito mais do que um desporto.
Claro que já há muita gente a andar de bicicleta no dia-a-dia. Mas estamos a falar de poucas centenas – poucos milhares, talvez, se considerarmos a escala nacional. Está longe de se poder falar em massas. As massas, o comum cidadão, não sente a mesma paixão pelas bicicletas que sente o entusiasta. E para apelarmos à maioria da população, não o vamos conseguir com um discurso voltado para dentro.
Tem de se “vender a ideia da bicicleta” como algo com que essas pessoas se identifiquem, ou pelo menos que aspirem a identificar-se (basta olhar para o que faz a indústria do automóvel, com o sucesso mais que confirmado).
Este não é o único modo de promover a bicicleta – mas acredito que é apelando ao cidadão comum, aos desejos, às ambições, aos sonhos de cada um, que se consegue fazer passar a mensagem. Enquanto este cidadão comum, continuar a achar que só anda de bicicleta quem não pode andar de carro, é porque ainda há muito a fazer.
O CCC vende um conceito de vida. É uma venda, romântica, apelativa, etc. É um negócio, tudo bem… Agora, faz muito pelo uso da bicicleta como meio de transporte, descomplicado, não desportivo e perfeitamente encaixável em muitas vidas comuns.
Em mim, o efeito foi (e ainda é) enorme!
Este blog fará muito pelo uso da bicicleta. Quando alguém novo no tema se vê confrontado com a possibilidade de andar de bicicleta no dia a dia, diz logo “Em Lisboa é impossível! e tinha que tomar banho, e o trânsito etc, etc”
Este blog (e outros) mostra que é possível!!!
Parabéns pela iniciativa. Vou contribuir com fotos!!!
PS: Várias vezes usei o CCC para seduzir automobilistas e o impacto é sempre muito positivo.
Obrigado César!
Para quem ainda tem dúvidas de que o movimento Cycle Chic teve um impacto enorme na promoção da bicicleta, recomendo a leitura deste artigo: http://www.thedailybeast.com/blogs-and-stories/2010-09-04/innovative-women-lead-the-urban-bicycle-trend/full/
[…] CHIC? OU WHO CARES! Este post vem como resposta a uma resposta a um comentário deixado por este vosso amigo no recém nacionalizado cicle chic. Por ser demasiado longo, preferi […]
[…] hoje um ano que publiquei o primeiro artigo aqui no Lisbon Cycle […]
descobri hoje…
vou voltar com mais calma, para ir descobrindo.
boas pedaladas